domingo, julho 25, 2010

Tudo na vida tem um fim. Foi o que ele sempre me disse. Fim que foi ele que o impôs. Não sei se por teimosia, se por casmurrice. Sempre me disse que nunca me deixava. Mentiras. Eu sou mentirosa.Menti-lhe, diz ele. Fiz tudo mal, diz ele. Tenho culpa de tudo, bem isso ele não diz. Diz que temos os dois. Pretextos de quem já está farto de ter uma família, de quem se sente atraído por outra pessoa. Há uma semana atrás não havia ninguém. Agora até já há alguém em quem está interessado. Enoja-me pensar que ele pode ter outra, mas neste momento é uma confusão de sentimentos que vai na minha cabeça. Odeio-o, mas ao mesmo tempo, ele é o pai do meu filho. Nunca se falou em violência doméstica, mas as palavras também magoam, às vezes se calhar mais do que uma estalada. As pessoas que me conhecem diziam que parecia que andava amedrontada. Talvez com razão. Tinha medo de fazer alguma coisa mal.Estava sempre à espera de ouvir uma palavra menos boa. É exigente com ele e com os outros. Cobarde. Não sabe encarar os problemas. Agora deixou-me. Dois miudos, uma casa a cair aos bocados, cheia de problemas e vai refazer a vida dele. Talvez ele também seja vitima desta situação. Acredito que sim, mas bolas eu não sou tão má como ele diz. Acha que o dinheiro resolve tudo. Quer uma pessoa ao lado dele que o ajude. Porra, mais do que fiz. Criei-lhe o filho, bem ou mal, mas está criado. Agora de certeza que nada será como dantes entre eles. O míudo é um adolescente! Deixa-me isto, aquilo e aqueloutro, de que é que me serve? Está a família desmembrada. Amava-me muito. Talves, mas não o suficiente para continuar comigo. Acha que tem o mundo às costas. Tirou-me tudo. Dei-lhe tudo, até um filho. Agora sinto-me como se fosse uma camisa que ele já não gosta e vai deitá-la fora. Aprendi foi tarde. Só agora com 43 anos me apercebi que as pessoas só sejuntam por interesse. Quando já não interessa põem de laod.

domingo, abril 18, 2010


Eu tenho saudades disto. Mas não digo a ninguém. Era a minha casa, a minha vida, o meu carro e o meu filho. Não dividia nada com ninguém. Nem cama, nem filho, nem casa, nem carro, nem ordenado, nada! Se me sentia sozinha? Ás vezes sim, mas olhava para o Pipocas e achava que a minha vida sentido por ele...

Ele tem saudades disto. Uma vida de dois anos com alguém que não o aborrecia muito, nem sei... Não percebo porque é que ele trocou a vida que tinha, (de vez em quando fala dela) sem problemas financeiros para estar comigo. Às vezes acho que ele se iludiu e pensou que ia ser tudo igual a estar com ela. Um mar de rosas, dinheiro na gaveta da caixa registadora e gastar conforme lhe apetecia. Comigo foi diferente, incuti-lhe a responsabilidade de ter uma familia e cuidar dela. Nunca trabalhei por conta própria, por isso só contei sempre com o que recebia no final de cada mês. Tinha uma boa situação profssional e deitei tudo a perder. Agora ando a tentar construir tudo o que perdi. Será que é por isso? Quando ele fala da vida que tinha em Cascais sinto-me mesmo triste, incomodada mesmo, por achar que ele está sempre a comparar-me a ela. Às vezes acho que mesmo passados sete anos ele tem vontade de largar tudo e voltar para lá.

Não sei se o filho influencia alguma coisa, mas ele não vivia com ele em Cascais e agora vive...e não é uma criança nada fácil. Bem hoje sinto-me nostálgica, deve ser da chuva...

quinta-feira, abril 08, 2010

Já existe mais uma estrela no céu. O tio já não está entre nós. Foram dois meses de luta contra a doença, com uma força inacreditável. Entrou no hospital pelo pé dele e nunca mais se levantou. Terminou. Espero que vá para um sítio bonito ter com a princesa dele, que apesar de nunca se ter ouvido um lamento, uma queixa, mas todos sabíamos a falta que ele sentia dela. Tio vou ter muitas saudades tuas, levaste contigo uma parte da minha infância.

quarta-feira, abril 07, 2010

Alguém me diz de existe um telefone para o céu. É que se houvesse eu falava todos os dias para o pai! Sinto tanto a falta dele...

Agora é o tio. Já não acorda. Está novamente todo entubado. A minha rosinha precisa tanto dele.

Pronto. Se houvesse telefone dizia ao pai para tomar conta dele.

domingo, abril 04, 2010


Este não foi propriamente um Domingo de Páscoa tradicional. Não houve cabrito, não houve familia à mesa, não houve amendoas na mesa nem flores amarelas e brancas no centro da mesa. Fomos ver a minha flor. Estava muito bem disposta. Ficou encantada de nos ver todos juntos, falámos de tudo um pouco e no fim ficou com uma lágrima no olho quando nos viemos embora. Eu também. É a primeira Páscoa que passo sem ela. Fomos ver os sogrinhos. Eu e ela abraçamo-nos e choramos muito. Somos mesmo fontanários, como dizia o pai. Mas gosto dela e neste momento do que ela precisa é de muito carinho. Lidar com doenças complicadas é difícil, ainda pior quando são dentro do nosso circulo familiar.

Estes últimos meses não têm sido nada fáceis. Mal entendidos, lágrimas, desamor, desarmonia, doença, enfim... houve uma altura em que pensei que já não tinha forças, só me apetecia desaparecer, dormir para sempre, ir ter com o pai. Muitas vezes olhava para a janela da cozinha e pensava que se a ultrapassasse, acabavam-se os meus problemas. Depois ouvia a voz do Pipocas ou a do Guguinhas e pensava que tinha que continuar. Claro que o meu amorzinho esteve sempre do meu lado, mesmo quando estava contra mim. Sem a força dele não conseguia seguir em frente. Entretanto, cheguei até aqui. Os nervos estão num frangalho, a minha autoestima para lá do negativo, não consigo sequer olhar-me ao espelho, sinto-me horrível, mas acho que consigo dar a volta por cima. A harmonia parece que está a entrar novamente na minha vida. Penso que ainda nos falta ultrapassar algumas coisitas, só o tempo o dirá. Pelo menos serviu para amadurecer um bocadinho e ter a certeza de que o meu amor por ele vai durar até à eternidade

sexta-feira, abril 02, 2010

Eu não tenho tempo. Não me apetecia... mas não consigo resistir a dar uma passagem por aqui. É como um vício. De vez em quando tenho que escrever. Bem, pouco ou nada tenho para acrescentar à minha vida preenchida quase 24 horas. Casa, crianças, amorzinho, trabalho, problemas, enfim parece que não tenho tempo para olhar para mim. Mas cá estou novamente com vontade de escrever.

Segunda festa de família que a mãe não está connosco, mas vou fazer questão de a visitar no domingo. Já fez grandes progressos, daqui apouco está a andar novamente, está mais alerta e o discurso dela já é bastante coerente. Os miúdos têm saudades dela, mas estamos juntos sempre que possível.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

O Pipocas está outra vez com uma crise de sinusite. Mais uma semana em casa. Desde Setembro é a terceira vez que ele fica de quarentena, por prevenção, dizem os médicos. Certo é que ele falta às aulas, não acompanha as matérias e ainda por cima atrasa o desempenho escolar dele. Hoje, quando estava com a temperatura a subir, lembrou-se do pai. Pediu-me para lhe ligar. Ele, claro, atendeu logo o telefone e esteve um bocado à conversa com o Pipocas. Tão feliz que o meu menino ficou!

O Guguinhas hoje também fez das dele. Caiu por cima de um camião de brincar e abriu o lábio. Choro e sanque a sair da boca foi o que não faltou.

Este é o meu dia-a-dia de dona de casa com 0,01% de hipóteses de arranjar um emprego num abrir e fechar de olhos...

Adoro os meus filhos, acima de qualquer coisa, mas SOCORRO, eu preciso de ir trabalhar!!!!!

É verdade, fiz um bolo. Até nem correu nada mal.

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