segunda-feira, agosto 17, 2009

Pois é. Quase um ano sem postar nada, mas hoje tenho muita vontade de expressar os meus sentimentos por palavras. A minha mãe. Companheira de sempre, amiga como não há, está doente. Muito mesmo.Teve uma infecção respiratória grave. Esteve em coma induzido e voltou para nós. Quer dizer, voltou ao nosso mundo, mas continua na fantasia. (Prefiro chamar-lhe assim, não é tão doloroso). Ainda está hospitalizada, dizem-me que está estável, mas eu não acredito em nada. Acredito naquilo que vejo. Uma mulher com 70 anos que é um farrapo. A cabecita dela não aguentou. Apagou a luzinha que havia. Não diz coisa com coisa, não conhece o netinho querido - o Pipocas, acha que é o filho. Só diz disparates. Dizem-me que está num estado de arteroesclerose e demência muito avançado para a idade dela. Pode ser, mas porque é que tinha que ser com ela? Não é justo. A minha melhor amiga está no fim do seu percurso e eu estou a assistir. Não sei o que é que ela sente, mas eu sinto-me profundamente triste, não a posso ajudar, apenas dar-lhe o meu carinho. Cada vez que venho do hospital, apetece-me chorar até as minhas lágrimas secarem.

Antes do meu pai falecer, achava que eles iam ser dois velhotes engraçados, sempre juntos, a fazerem companhia um ao outro. Ele foi, e eu pensei que ela iria ser aquela velhota que cumprimenta todos, dá dois dedos de convera e vai até casa.

Afinal foi só uma ilusão. Agora eu tenho que cuidar dela e viver ao ritmo dela e aguardar.

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