Madrasta / Enteado

É triste acharmos que damos o nosso melhor para depois sentirmos que todos os esforços foram em vão e voltamos a fracassar.

É estranha a palavra madrasta: faz lembrar a bruxa da Branca de Neve.

Pois eu sou madrasta. Não sou a bruxa da Branca de Neve, até porque tenho um ar simpático.

Sinto que neste momento não estou a desempenhar o meu papel como deveria ser.

Ele também não ajuda! Cada vez se esconde mais debaixo da couraça da má educação, da destabilização, dos conflitos e da mentira. Vive num mundo paralelo à realidade. O mundo dele, com os fantasmas dele e com o passado dele. Impossível esquecer? Não! Tem carinho e compreensão, meu, do pai, da família em geral para esquecer tudo o que lhe aconteceu de mau durante os 1ºs anos de vida.

Ele acha que nós somos maus, porque o obrigamos a tomar banho, a deitar-se cedo para no dia seguinte ir para a escola. Porque não o deixamos comer chocolates, pois ele tem alergia. Porque não vê as novelas para adolescentes. Porque não joga playstation em tempo de aulas.(por vontade dele era até de madrugada!). Porque queremos que ele interaja tão bem como as outras crianças do grupo dele. Será que é muita rigidez?

Onde é que nós errámos? Psicólogo? Não! Já foi a vários e ainda por cima ele é que os enganou. É verdade!

Ele não deve passar a vida a ser castigado ( Logo eu que sou anti-castigos e anti-tareias). Ele não deve passar a vida a fazer mau ambiente em casa nem na escola.

Mandá-lo para o sítio de onde veio? A vida não é assim. Quando não nos agrada, deitamos fora as pessoas como se fossem garrafas de água.

Gosto tanto dele como do Gugas ou do Pipocas. Tenho um carinho imenso por ele. Às vezes penso que não devia ser assim, pois se há alguém que sofre com esta situação sou eu.

Socorro, estou perdida!!!